![]() |
A vó Melinha ensinou sabedoria na forma de ditos populares para a Silvinha |
Quando vimos juntas o filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, vó perguntou:
- Silvinha, ali está escrito Amélia?
- Tá, vó, é nosso nome em francês.
Pronto, estamos apresentadas, somos duas Amélias numa família cheia de Amélias. Minha avó chama Amélia. Eu chamo Sílvia Amélia, mas me sinto mais Amélia do que Sílvia. E o significado de Amélia é mulher trabalhadeira, batalhadora. O que realmente somos. Minha avó me ensinou muita coisa, a rezar, a cantar música caipiria, a descascar laranja e algumas pérolas de sabedoria na forma de ditados populares.
Escolhi este ditado acima por ele ser um dos que ainda me ensina bastante. É que gosto de ajudar as pessoas e, de vez em quando, erro na mão e me torno maternal em exagero. Ajudo quem é plenamente capaz de se ajudar. Hora ou outra me sujeito a pedidos de gente folgada. Daí quando preciso dizer um não pra alguém assim sempre me lembro do que minha vó Melinha dizia: enquanto existir cavalo, São Jorge não anda a pé. Enquanto tiver quem aceita carregar os outros nas costas pela vida, terá quem se dá bem a custa destes tolos...
Esta não é uma lição contra a solidariedade, mas a favor do amor-próprio. Ajude quem realmente precisa de ajuda, faça sozinho se é capaz. E, se for o caso, mesmo podendo ajudar e o outro precisando de ajuda, sabia quando deixar que ele aprenda sozinho como resolver um problema. Este ditado convida a ampliar nossa visão sobre as diferentes intenções e implicações por trás de um pedido de ajuda. Sobre a importância de sabermos andar sobre nossos pés, sem passar por cima (e nem por baixo!) de ninguém.