terça-feira, 27 de novembro de 2012

Não pode sensualizar

Vovó Neuza quer que a Andréia dê exemplo pra Clarinha: nada de roupas que pareçam  "langierre": já está com a mão na blusa, então é só fechar o botão, Dedéia!!


No fim de semana eu matei a saudade de Ibertioga e a vovó Neuza soltou algumas pérolas – só pra variar. Falou pra Batata: "cuida da Tereza, ela agora mora longe. Ela é tão boazinha, chata é você, que fica querendo que eu coloque a meia todo dia". E quando a Dedéia foi arrumar a unha dela, vieram os conselhos: "minha filha, tampa essa blusa, desse jeito tá parecendo que você está de langierre" hehe (era hora de eu ter pegado o áudio pra colocar aqui, mas perdi). E também teve uma pergunta interessante pra Tainá (irmã da Clarinha, a princesinha da foto): "O que mesmo que a Leitice escreveu naquele negócio que vocês ficam o dia inteiro (?), o buc buc (leia-se Facebook!)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Quer se inspirar?

Dona Lourdes em clima de lua de mel com o companheiro de mais de 50 anos, José Eliziário: o afeto deles é fonte de uma água que todos os netos deveriam beber!

Ela é uma das pessoas mais carinhosas que eu conheço. E é amorosa não só com o marido, os filhos, netos, sobrinhos, amigos... até quem acaba de encontrar pela primeira vez, ela é uma simpatia – é mais doce que um doce de batata doce!
Na casa dela tem várias garrafas de café... ela côa para todos os gostos: com açúcar forte, sem açúcar fraco, com açúcar fraco e sem açúcar forte. Vê se pode? E todo mundo que chega para almoçar ela pergunta: de que verdura você gosta? E o mais engraçado é que, pela fartura, parece que cada neto escolhe uma (rsrs).
Nessa foto já não tinha mais, era réveillon, mas uma característica marcante da minha tia Lourdes é o batom vermelho. O perfume o laquê também fazem parte do ritual de todas as manhãs. Ela é uma vovó inspiradora.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Filho de peixe, peixinho é...


Homenagem da minha amiga Nayara Menezes à sua avó Leda (à frente) e sua mãe, Sônia. No depoimento abaixo dá pra ver que “o que a gente leva dessa vida é a vida que a gente leva” – adoro o astral dessa família!

Minha avó já dizia: Filho de peixe, peixinho é...  E não é que o ditado cai como uma luva para ela e minha mãe? Nunca vi parecerem tanto mãe e filha... Mulheres guerreiras, dessas que deixam muito marmanjo pra trás... Batalhadoras, persistentes, teimosas, geniosas. Um gênio difícil, mas um coração enorme, esse era o ponto mais comum entre elas. Saudades demais da minha avó, dos seus causos, dos seus conselhos, e da sua braveza também... 
Esta foto, tirada poucos meses antes dela partir pro andar de cima, me traz boas recordações. Ela estava tentando pescar um peixe nessa lagoa e não é que pescou um peixão??? Olha a minha mamys aí... Deu um trabalho pra tirar esse anzol...rs Mas foi um dia muito divertido... E é isso o que fica não é mesmo? As lembranças dos tempos bons.... Afinal, como também já dizia minha vó: "Dessa vida a gente leva aquilo que a gente é e o que a gente fez...".   Saudades eternas vozinha, querida!!! 



Tempos pré ou pós-modernos

O Cley Scholz é tão ligado em novidades, que se a avó dele estivesse por aqui, certamente seria como esta da foto. Haveria uma herança ao contrário!



Só gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não ;-]

terça-feira, 11 de setembro de 2012

As meninas

AM e suas companheiras de todas as horas: tia Josefa, tia Vige, tia Lourdes e tia Heloísa 


Meu pai, esse de azul aí na foto, adora falar que "as meninas" vão no aniversário dele todo ano. Acho muito boa essa expressão para se referir às irmãs dele, são todas tias que eu adoro muito.
Nessa hora aí do clique tava faltando ainda a tia Niva - ao todo são cinco mocinhas muito elegantes.
O desafio para os leitores desse blog é tentar adivinhar o número de "crianças" que chama essa turma aí de vovó... quem se arrisca?!
Vale um ticket goiabada com queijo ;)

Um luxo de vovó

Maria Eduarda e sua avó Lucy: uma bonequinha, vestida de princesa, tratada como rainha

Algumas pessoas têm mais sorte que outras, isso é certo. E não é de hoje que eu acho que a Maria Eduarda, filha da minha amiga Érica, ganhou na loteria por ter uma vovó que faz tantos docinhos gostosos. Todas as minhas amigas de infância de Ibertioga adoram contar que a gente tenta – mas não consegue – fazer as receitas como os originais de “cocada, pé de moleque e maria-mole” como a Dona Lucy! E essa garotinha linda tem essas delícias em casa, quando diz que está com vontade... imaginem só, que luxo!
Não é a toa que ela tem essa foto do dia em que vestiu de rainha no festival. Tudo faz sentido!!


A mais carinhosa

Em 1994, eu peguei carona como “neta” da Dona Irene: viajamos para Arcos, eu, Érica e ela - e realizamos vários sonhos de criança!

Lembro que foi a viagem mais legal da minha infância. Os avós da Érica queriam levá-la pra passear numa cidade boa pra pescar e lá fomos nós passar uma semana em Arcos. Tínhamos todas as regalias de quem está longe dos pais, o café da manhã era coxinha e o dinheiro que levamos “pra despesa” foi todo pra balas, chocolates e pirulitos!!!
E agora com o blog, a Érica me mostrou dois bilhetinhos que a Dona Irene escreveu e ela guarda pra lembrar da vozinha tão carinhosa:

Mui querida netinha Érica
Neste dia em que comemoramos sua chegada, motivo de grande alegria para nós, pedimos ao bom Deus que derrame bênçãos especiais sobre sua cabecinha e tenha muito sucesso em seus estudos. Beijos da vovó, vovô, tia Ângela e Tia Déa.
Salve 09/06/84

Mui querida netinha Érica
Esqueci de deixar com você o dinheirinho que prometi. Vai junto, a esta, sim! Também estou enviando um danoninho muito magrinho, mentex e pipoca. Um grande abraço e muito saudoso da vovó Irene.
Barbacena, 09/04/92

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O que casou foi o Dedel ou o Keké?


Dona Neusa, quem tem uma família enorme e confunde os nomes: entre outras manias singulares, o ovo de páscoa ela só abre no dia das mães ;)


Se tem uma coisa que minha vovó Neusa não consegue disfarçar mais – de jeito nenhum – é a mania de confundir nomes. Mas também pudera, ela tem quase 30 netos e 8 bisnetos, contando com os que estão a caminho. Só que o mais a torna mais FOFA é que alguns nomes ela não consegue falar de jeito nenhum: Niele vira Mirele; Paula Joice vira Paula Jóia; Letícia vira Leitice; Pietro era pra ser Pietinho, mas vira Peitinho... e por aí vai!
Coisas, lugares e esportes também mudam de pronúncia na boca dela: email é emê; Raja Gabaglia vira Raja Gabaija; Ipsemg vira Ipsem; pilates vira pirate.
Tenho dois primos que tem nomes bem diferentes e a gente só os chama pelos apelidos. O Kelisson é o Kekel e o Kelder é o Dedé. Mas a vovó confunde sempre. 
E outro dia o Kelder casou e depois ela queria contar um caso. Começou assim: “O que casou foi o Dedel ou o Keké?” hehehe (linda, linda, linda)
Pra ilustrar, eu quis colocar a foto dela abrindo um ovo de Páscoa no Dia das Mães – é que, segundo ela, na Semana Santa já tem muito chocolate... melhor deixar o maior ovo pra próxima data que a família fica toda reunida de novo!!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Decelis vem “Do céu”

Decelis é avó da Júlia, que ganhou um minibolo personalizado. Um coração com a letra J foi a surpresa do último aniversário: chegou bem cedo, 6h30, antes da aula!


“Desde que eu nasci minha avó sempre foi muito presente. Vovó Mainha, mãe da minha mãe, é aquela pessoa que está sempre disposta a ajudar, até quando isso não está ao alcance dela. Até hoje, quase sempre que nos encontramos ela me dá um presentinho. Mal sabe ela que o maior presente que ela já me deu foi amor e carinho.
Ninguém nunca na face da Terra vai conseguir cozinhar e costurar tão bem como Vovó Mainha. 
Roupa furada? Ela conserta. Roupa muito grande? Ela conserta. Nem na Bahia eu encontro uma tapioca tão gostosa quanto a dela. E tem também o famoso e indispensável picolé da vovó, de vários sabores. E os jantares? Hmmmm, dá água na boca só de pensar. São tantas memórias boas da vovó... que vão ficar para sempre guardadas em meu coração”
Júlia Vilar, de 14 anos, adora falar sobre a avó materna, Decelis Lemos Vilar (seu nome vem do latim, Do céu - De celis, e a explicação é ótima: foi invenção do avô dela, que era dono de cartório!!). O apelido é Vó Mainha porque a vovó é alagoana e os filhos, inclusive a mãe da Júlia, a chamam de Mainha.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Vovotem nelas!

A avó candidata preferida do meu chapa Roberto Lira é a Vovó Neide da Fiel (pela ligação com a torcida do Corinthians, claro). E ele gosta também da Vozinha de Goiás (agora eu também, quase vizinha!) e da Vovó  Neide do Trator e  Vovó Funkeira, "pelas atividade profissionais"

O Lira me mandou a lista de candidatas a vereadora em todo o Brasil que usam de alguma forma a imagem de vovó ou de vozinha para se eleger. Nas palavras dele: "Já que é para cuidar das pessoas, ninguém melhor que uma vovó, não é mesmo?"

Vozinha 13900
Vereadora - Mundo Novo / GO
Nome: Maria Pacheco Rosa
Idade: 63 anos (13/06/1949)
Naturalidade: Ipiau/BA
Estado Civil: Viúvo(a)
Ocupação: Dona de Casa
Escolaridade: Lê e escreve


Vozinha 23111
Vereadora - Corumbataí do Sul / PR
Nome: Eunice Martiniano Laura
Idade: 58 anos (23/07/1954)
Naturalidade: Centenário do Sul/PR
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Técnico de Enfermagem e Assemelhados (Exceto Enfermeiro)
Escolaridade: Ensino Médio completo

Vozinha 22222
Vereadora - Barra / BA
Nome: Leopoldina Gomes da Cruz
Idade: 60 anos (15/12/1951)
Naturalidade: Barra/BA
Estado Civil: Divorciado(a)
Ocupação: Servidor Público Federal
Escolaridade: Ensino Médio completo

Vozinha 28124
Vereadora - Pacaraima / RR
Nome: Maria José Nunes de Oliveira
Idade: 65 anos (01/03/1947)
Naturalidade: Belém/PA
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Dona de Casa
Escolaridade: Ensino Fundamental incompleto

Vovó da Fiel 55111
Vereadora - São Paulo / SP
Nome: Sylvia Kubala
Idade: 71 anos (21/10/1940)
Naturalidade: São Paulo/SP
Estado Civil: Viúvo(a)
Ocupação: Aposentado (Exceto Servidor Público)
Escolaridade: Ensino Médio completo

Vovó Neide do Trator 43080
Vereadora - Simões Filho / BA
Nome: Neide Ferreira de Camargo
Idade: 80 anos (04/01/1932)
Naturalidade: São Carlos/SP
Estado Civil: Viúvo(a)
Ocupação: Pecuarista
Escolaridade: Ensino Fundamental completo


Vovó Funkeira 45686
Vereadora - Campo Limpo Paulista / SP
Nome: Leila Cristina do Nascimento
Idade: 54 anos (05/10/1957)
Naturalidade: Rio de Janeiro/RJ
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Cantor e Compositor
Escolaridade: Ensino Médio completo

Vovó Laura 13065
Vereadora - Florianópolis / SC
Nome: Laura Julici Dreher de Andrade
Idade: 60 anos (06/05/1952)
Naturalidade: Porto Alegre/RS
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Empresário
Escolaridade: Superior completo

Vovo Nelci 11333
Vereadora - Coronel Barros / RS
Nome: Nelci Sostmeyer
Idade: 59 anos (26/06/1953)
Naturalidade: Ijui/RS
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Aposentado (Exceto Servidor Público)
Escolaridade: Ensino Fundamental completo

Isaura Vovó Divina 15149
Vereadora - Porto Alegre / RS
Nome: Isaura Maria Silva
Idade: 60 anos (11/05/1952)
Naturalidade: Porto Alegre/RS
Estado Civil: Viúvo(a)
Ocupação: Aposentado (Exceto Servidor Público)
Escolaridade: Ensino Fundamental completo

Marlene Vovó 22789
Vereadora - Blumenau / SC
Nome: Marlene Teodoro
Idade: 56 anos (03/09/1956)
Naturalidade: Blumenau/SC
Estado Civil: Divorciado(a)
Ocupação: Servidor Público Civil Aposentado
Escolaridade: Ensino Fundamental incompleto

Silvia Benedetti (Vovó) 15666
Vereadora - Porto Alegre / RS
Nome: Silvia Silva Benedetti
Idade: 77 anos (08/09/1935)
Naturalidade: Varginha/MG
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Escritor e Crítico
Escolaridade: Superior completo

Vovó Sylvia 45690
Vereadora - Tremembé / SP
Nome: Sylvia Stewart Bittencourt de Andrade
Idade: 69 anos (14/01/1943)
Naturalidade: Sao Paulo/SP
Estado Civil: Viúvo(a)
Ocupação: Pedagogo
Escolaridade: Superior completo

Vovo Zeni 19007
Vereadora - Macapá / AP
Nome: Alzenir de Souza Santos
Idade: 64 anos (30/11/1947)
Naturalidade: Duque de Caxias/RJ
Estado Civil: Viúvo(a)
Ocupação: Advogado
Escolaridade: Superior completo
Vovó Jandira 20137
Vereadora - Rio de Janeiro / RJ

Nome: Jandira Roque Marques
Idade: 57 anos (11/02/1955)
Naturalidade: Rio de Janeiro/RJ
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Dona de Casa
Escolaridade: Ensino Médio completo

Socorro Vovô 45555
Vereadora - Pilões / PB
Nome: Maria do Socorro Ferreira Xavier
Idade: 62 anos (28/02/1950)
Naturalidade: Pilões/PB
Estado Civil: Casado(a)
Ocupação: Aposentado (Exceto Servidor Público)
Escolaridade: Ensino Médio incompleto

domingo, 19 de agosto de 2012

Duas alianças

Dona Íris, muito querida em Ibertioga, é avó da Marina e da Betânia. Ela não gosta de tirar retrato e não repete a pose nem se todo mundo disser “saiu de olho fechado!”

Em Ibertioga, algumas figuras são lendárias. E Dona Íris é uma delas. Todo mundo costuma cumprimentá-la enquanto ela está dando uma volta na praça “quentando sol”. Ela é uma simpatia e tem um jardim cheio de flores lindas. Acho que não somos parentes (mas em Ibertioga todo mundo é meio primo, por isso o "acho”), mas na minha casa todo mundo gosta muito dela - especialmente a Dona Neuza. A Marina, uma das netas, mandou uma historinha que é a cara dela:
Cresci escutando minha minha Vó Íris dar muita importância ao casamento, a marido, filho, família etc. Ela é superfalante. Cheia de conselhos e desesperos. 
Um dia desses falei que me “rogou uma praga”. Ao perguntar minha idade, disse que estava com quase 30 anos e que não tinha namorado. Ela colocou a mão no rosto, fez uma cara de piedade e falou “coitada minha filha, vai ficar pra titia! Tem que arrumar um namorado”. Disse pra ela que ainda estava em tempo e que eu não estava preocupada com isso. Ela continuou lamuriando, com peninha de mim. 
Para outra prima aconselhou que um marido era muito importante pois “já imaginou se a lâmpada queima? Tem que ter alguém pra trocar!”.
Imagino quantos conselhos matrimoniais ela já deu por aí: “mulher sozinha não é feliz”.
Uma vez me contou como era o namoro antigamente: “não podia pegar nem na mão!”. Falei: “que namoro chato, hein Vó?!”. Ela riu, falou que não era chato e disse que sente saudades de ‘namorar com’ meu avô. 
Depois falou que olha pro banco da praça da igreja e vê os dois sentados, juntos, até hoje. Mostrou que anda com as duas alianças: a dela e a dele. Eu também me lembro disto, Vovó. E lembrando a cena acredito que não era nada chato, e sim muito bonito.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Os segredos da Dona Vige

Vige é avó da Isabela, Gabriela, Cíntia e Tati, e tem agora a segunda leva, o Davi e o Lucas (foto): ela teve dois filhos e, segundo o tio Moacir, continuou viRge


Hoje é aniversário da Isabela e da Gabriela, minhas primas gêmeas que deram pra tia Vige os bisnetinhos que ela tem aí no colo: o Lucas (maior) e o Davi (que há poucos meses tava pequenininho, mas agora tá enorme já!).
Ela é uma avó super gracinha e atenciosa, tem um pão de queijo imperdível e um dos segredos pra ficar tão gostoso é que ele sova muito a massa. Parece fácil, mas ninguém consegue fazer igual!
Eu adoro pensar na piada que o tio Moacir fala toda vez que encontra com ela: “A Vige, minha cunhada, é a única mulher que teve dois filhos e continuou ViRge” rs

Casca de tangerina

 Jequitinhonha, onde nasceu o poeta Cláudio Bento: a orla do rio o inspirou a escrever sobre a sua avó, sua infância


Quando olho para trás
Para o longo da minha vida

O que sinto
É um forte cheiro de infância
Um forte cheiro de casca de tangerina
De torresmo fritando na panela

E a voz grave de minha avó
Me alertando para o temporal

Quando olho para trás o que vejo
São versos quebrados varridos pelo vento
O que sinto é um forte cheiro de vida e de morte

E a voz grave de minha avó
Me chamando para o almoço

(Por Cláudio Bento, do livro Inventário da Infância) 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

“Da próxima vez você vai ver”

Dona Lourdes, avó da Karla Damiani: frases de efeito e aula de salto alto


“Minha avó foi muito presente no final da minha infância e no início da minha adolescência. Foi ela quem me ensinou a andar de salto alto. Ela não ia à mercearia sem um saltinho e um batom. E tem várias frases engraçadas, tipo ‘Tirou 10? Não fez mais do que sua obrigação. Quero ver tirar 11’ e 'Não namore, estude. Paquere, paquere muito. Mas não namore. Homem só atrasa a vida estudantil da mulher!' E tem um causo real do qual gosto muito:
Uma vez estava aos beijos no portão do prédio onde morava com a minha avó. Uma vizinha foi falar mal de mim para a minha avó que respondeu:
- Você está incomodada porque sua neta é chata, feia e não namora ninguém.
Em seguida, ela me chamou e disse que da próxima vez que ela ouvisse reclamação minha, eu ia ver... Aliás, 'eu ia ver' é uma ameaça ótima: não diz nada, mas diz o suficiente.”

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

“Enquanto existir cavalo, São Jorge não anda a pé”

A vó Melinha ensinou sabedoria na forma de ditos populares para a Silvinha 


Quando vimos juntas o filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, vó perguntou:
 - Silvinha, ali está escrito Amélia?
 - Tá, vó, é nosso nome em francês.
Pronto, estamos apresentadas, somos duas Amélias numa família cheia de Amélias. Minha avó chama Amélia. Eu chamo Sílvia Amélia, mas me sinto mais Amélia do que Sílvia. E o significado de Amélia é mulher trabalhadeira, batalhadora. O que realmente somos. Minha avó me ensinou muita coisa, a rezar, a cantar música caipiria, a descascar laranja e algumas pérolas de sabedoria na forma de ditados populares.
Escolhi este ditado acima por ele ser um dos que ainda me ensina bastante. É que gosto de ajudar as pessoas e, de vez em quando, erro na mão e me torno maternal em exagero. Ajudo quem é plenamente capaz de se ajudar. Hora ou outra me sujeito a pedidos de gente folgada. Daí quando preciso dizer um não pra alguém assim sempre me lembro do que minha vó Melinha dizia: enquanto existir cavalo, São Jorge não anda a pé. Enquanto tiver quem aceita carregar os outros nas costas pela vida, terá quem se dá bem a custa destes tolos...
Esta não é uma lição contra a solidariedade, mas a favor do amor-próprio. Ajude quem realmente precisa de ajuda, faça sozinho se é capaz. E, se for o caso, mesmo podendo ajudar e o outro precisando de ajuda, sabia quando deixar que ele aprenda sozinho como resolver um problema. Este ditado convida a ampliar nossa visão sobre as diferentes intenções e implicações por trás de um pedido de ajuda. Sobre a importância de sabermos andar sobre nossos pés, sem passar por cima (e nem por baixo!) de ninguém.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Eu sou da society"

Maria Edelvira, mais conhecida como Vivica, tem 84 anos e é vovó da Ju Afonso

"Minha vó é conversadeira. E das boas. Ela não fala sobre o tempo quando não conhece alguém. Prefere conversar sobre moda, discutir política ou apresentar os 7 novos alimentos importantes para uma dieta balanceada, segundo o Globo Repórter da sexta-feira passada. Vovó puxa papo com qualquer pessoa. E o engraçado é que as conversas dela sempre se transformam em amizade. Quando os vizinhos mudam de casa, eles não se despedem de ninguém, mas fazem questão de passar no apartamento dela para um último abraço. Quando ela entra no restaurante que frequenta, todos os garçons a cumprimentam e a gerente faz questão de ir na sua mesa para perguntar "como vai a senhora?". A simpatia é tanta que, dia desses, ficou de papo com a moça que arruma seu cabelo bem no meio da rua.
"Eu sou da society", me disse essa semana, depois de contar os detalhes da sua rotina de aposentada atribulada. De fato, vovó conhece todo mundo. O que ela tem não é um incrível enrolador de lero lero. É uma verdadeira habilidade. E ela sabe disso. As idas ao médico, os passeios no centro e os encontros da associação são só os meios. Seu trabalho diário, na verdade, é conversar. Com um sorriso doce (e algumas gargalhadas que a fazem chorar de rir) ela contagia muita gente."

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Poeminha da Deh

Jacira, avó de Débora Carvalho, mandou presentinho e ganhou poesia

Quando minha mãe foi me visitar do outro lado do Atlântico
me entregou um saquinho desses de jóia
e de dentro eu tirei um colar prateado com um pingente de coração
que eu bem sabia de qual pescoço pertencia.

minha vó, vozinha, pequenina, dona Jacira
mandou seu coração pra eu não esquecer dela
como se fosse possível um dia...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Os preferidos tinham vez


Maria Fagundes, avó de Tidinha, e seu inseparável Tatão: quem ela gostava era bazadinha, quem ela não aprovava era lambisgóia

A vovó Maria tinha umas manias que eram só dela: guardar os pedaços de frango mais gostosos para os filhos e netos  preferidos. Tirar quitanda da dispensa só quando tinha visita em casa. E ficar brava quando alguma coisa não saía do seu jeito. Ah, mas ela xingava! Tanto que contam que uma vez a assombração apareceu lá na fazenda do Bernardo, assoviando forte três vezes depois que ela chamou o capeta na quaresma. Era engraçado quando ela não gostava de alguma pessoa (ou da namorada de algum neto) e não queria nem saber o nome, era “lambisgóia”. Adorava dar beliscão na gente prá chamar atenção, bem engraçada!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sou de sorte

Zizinha e Candinha, avós da Tereza, na janela da casa grande de Ibertioga
Zizinha e Candinha, avós da Tereza, na janela da casa grande de Ibertioga



Eu tive, na verdade, duas avós por parte de pai. Uma era a de sangue, a Vovó Zizinha, que eu conheci pouco. A outra era a Vovó Candinha (que eu amo o nome, Cândida = pura), e que ficou morando na minha casa logo depois que a sua “patroa” se foi. Ela era cheia de histórias, viveu mais de 100 anos, e adorava cantar pra gente na cozinha. Eu me lembro sempre desse versinho: “A folha da bananeira, mexe com o sol e com o vento, os óio dessa minina mexe c’os meus pensamento”. Ela também falava que lenço branco na “jinela” é sinal de casamento!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

"Banana de noite mata"

Zizinha, avó da Tereza, ao lado de João Miranda e todos os 10 filhos no terreiro da Saudade: o nome da fazenda é sim porque a gente tem muita saudade uns dos outros!



As lembranças que eu tenho da Vovó Zizinha são da casa vermelha e branca bem em frente a pracinha da matriz. Ibertioga era beeemm menor do que é hoje (rs) e esta era uma das casas mais bonitas da cidade, a gente adorava levar os coleguinhas pra brincar lá depois da aula. Principalmente no pomar, que tinha mil frutas gostosas. Uma vez caí da jabuticabeira e ela ficou brava por eu ter subido pelo muro e chegado tão alto. Se a gente jogava casca de laranja no meio da horta, ela chamava a atenção também. E tinha umas lendas sobre a hora certa de comer cada fruta... nunca vou esquecer: “banana de dia é ouro, de tarde é prata e de noite mata”

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ela é a número 1!


Neuza, avó da Tereza, segurando a bandeira de Santos Reis: “assim se toca, assim se dança”
Neuza, avó da Tereza, segurando a bandeira de Santos Reis: "assim se toca, assim se dança"

Não é de hoje que a gente tem vontade de registrar as expressões da Dona Neuza. Elas parecem infinitas e cada vez mais engraçadas. Toda vez que fico com ela mais de uma tarde, aprendo uma nova – e o melhor é que todas têm algum fundamento. Imagine se eu não gosto de receber um conselho tão sincero quanto “Antes se passar por boba do que por ativa demais”? Então resolvi documentar as falinhas mais genuínas dela, que podem ser lidas aqui (a intenção é, inclusive, gravar uns áudios e uns vídeos). É só entrar no ritmo do blog, afinal, ela não deixa de avisar sempre que a gente faz coisa errada (e vai receber um troco errado da vida também): Assim se toca, assim se dança!